Reflexão sobre o texto – Urbanização Brasileira
No meu curso de Ciências Sociais na Metodista fizemos uma leitura do livro de Milton Santos sobre a Urbanização Brasileira. achei muito interessante o tema e posto aqui o meu resumo final da leitura com minhas impressões pessoais.
O destaque da relação entre a produção do espaço e o grande
capital, está nas palavras de Aydalot: “a dinâmica das grandes empresas
implica um alargamento constante do espaço submetido aos seus cálculos: não
apenas cresce a mobilidade das atividades no espaço, mas deve inscrever-se em
uma área sempre mais vasta, sem o que, encontrando limites, as empresas não
poderiam lutar contra a tendência ao aumento de custo de reprodução de sua
força de trabalho e a reprodução do sistema estaria bloqueada” (SANTOS apud
AYDALOT, p.103).
Isto significa
que a produção do espaço necessário para o aumento do próprio capital é um
círculo vicioso que se alimenta e retroalimenta continuamente até exaurir todo
vigor e energia que os espaços possuem. A ação
política das grandes empresas se dá quando elas exercem esse poder na
participação da tomada de decisões que concernem aos seus próprios interesses
e, assim, interferindo nos interesses de outros setores da economia e da
sociedade. O território é a base comum de operações para todos os setores, mas
é mais favorável às grandes empresas. Isto nos leva a
perceber porque a participação de empresas multinacionais é cada vez maior e
estranguladora para o empreendedor nacional no mercado brasileiro.
Urbanização
corporativa é a prática de grupos pequenos e fechados (organizações), reunidos
em torno de seus particulares interesses, sem se importar com os interesses de
outros, estabelecidos em cidades e metrópoles, que se utilizam de atividades
programadas como condicionantes do êxito do projeto nacional de desenvolvimento
e modernização apenas visando o lucro e o consumo, destruindo gradativamente a
comunidade, o exercício da cidadania e da democracia.
A contradição
gerada pela urbanização corporativa nas sociedades é simples e dura: à medida
que o espaço ou o território é ocupado e valorizado especulativamente pelas
corporações dominantes, criam-se vácuos urbanos enormes, motivados pela
exclusão da população mais pobre empurrada para as periferias que necessitam de
habitação.
Referência:
Urbanização e
cidade corporativas. In: SANTOS, Milton. Urbanização Brasileira. São
Paulo: Edusp, 2008. (Col. Milton Santos).