Um Mundo em Convulsão
Introdução
Após o dia 11 de setembro de 2011 – trágico para a população
americana e emblemático para as mudanças das relações internacionais – a partir
dali, o mundo viu diante de si, tanto a nova face mais organizada e ousada do
terrorismo, quanto o retorno de uma política global mais violenta, combativa e
aguerrida na busca de hegemonia e controle dos recursos, das tecnologias e da
velha influencia militar dos “impérios modernos”.
Tudo isso se soma a um momento histórico que tende a ser de
via dupla, de um lado as tensões sociais em busca de mais liberdades, mais
políticas públicas que atendam a demanda popular dos grandes centros, mais
segurança, emprego, dinheiro e etc., ao mesmo tempo, do outro lado, um tempo de
crises financeiras, escândalos internacionais, conflitos armados, altos índices
de criminalidade gerais e assim por diante. Este momento histórico é definido
pela palavra “instabilidade”.
Diante destas perspectivas, o que nos resta? Quais as
respostas para um mundo tão incerto e igualmente desejoso de paz e prosperidade
para todos? Como poderemos viver doravante sabendo que de um momento para o
outro tudo pode mudar, simplesmente porque algum líder mundial decidiu por
conta própria invadir uma nação soberana e matar seus cidadãos, sem, contudo,
prestar contas de seus atos ao mundo, como vimos os conflitos na antiga União
Soviética recentemente? Temos muito trabalho pela frente se quisermos alterar
de fato o continum histórico que
vemos!
Modernidade vs.
Pós-modernidade
É lugar comum nos discursos fazermos referências quanto ao
tempo no qual vivemos. Temos dito com frequência que a modernidade, com toda a
sua pujança, sua vitalidade, sua moral e ética elevadas, seus grandes sonhos de
um mundo novo, globalmente livre e democrático e os grandes ideais políticos,
quando não morreram, deram lugar ao que chamamos de pós-modernismo, com sua
linguagem não mais reconhecida, sua dependência da tecnologia, sua escassa
falta de tempo para os relacionamentos e sua insistente relativização das
coisas e da própria vida.
Este tempo marcado pelas novas conquistas – não mais
territoriais ou aventuras marítimas – mas agora “científicas” e tecnológicas,
nos remetem a um ambiente outrora jamais pensado das redes sociais, da vida
online e do aumento das horas perdidas em falso entretenimento que não leva em
conta as coisas mais importantes, como a família, o relacionamento social real
e a solidariedade para com os que enfrentam problemas concretos em sua
existência.
No cenário internacional somos bombardeados diariamente com
notícias de conflitos e tensões que não dizem diretamente nada quanto à nossa
maneira de viver, mas que afetam, por exemplo, as bolsas de valores em todo o
globo. Um terremoto ou possível sinal de tsunami
poderá fazer com que investimentos vultosos deixem de ser colocados à
disposição de países que deles necessitam e evitar que água e remédios cheguem a
populações desesperadas.
Caminhando
Quando ouvimos ou lemos palavras como “globalização” e
“capitalismo” hoje vemos as coisas totalmente diferentes do que víamos a duas
ou três décadas atrás. Globalização traz em si o receio da perda da identidade
nacional somado à perda da capacidade de geração de riquezas por parte dos
trabalhadores e produtores nacionais diante de uma concorrência desleal.
Capitalismo traz consigo o resultado de sua não compreensão e desvio dos mais
grosseiros na direção de uma cultura de consumo, da destruição contínua dos
recursos naturais e dos bolsões de pobreza cada vez maiores no mundo. Onde tudo
isso nos levará?
Se nos dispuséssemos a fazer uma análise apenas superficial
de grande parte dos autores do último século até a presente data somente
“descobriríamos” que eles falaram e falam praticamente das mesmas coisas – ao
menos na relação à geopolítica, globalização, capitalismo e o tempo atual – de
incertezas e de instabilidades, no mundo, nas sociedades e no interior das
pessoas. Esperamos encontrar o caminho para que não retornemos aos mesmos erros
do passado.
C. K. Carvalho
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