Se apresentarmos
o homem com um conceito do homem que não é verdadeiro, poderemos corrompê-lo. Quando
o apresentamos como uma automação de reflexos, como uma máquina mental, como um
feixe de instintos, como um joguete de impulsos e reações, como mero produto da
hereditariedade e do ambiente, fomentamos o niilismo (a descrença em todos os
valores sociais estabelecidos) ao qual o homem moderno que qualquer forma é
propenso.
Conheci bem o
último estágio da corrupção em meu segundo campo de concentração, Auschwitz. As
câmaras de gás de Auschwitz foram a última consequência da teoria de que o
homem nada é, senão produto da hereditariedade e do ambiente – ou como os nazistas
gostavam de dizer, “de sangue e pó”.
Estou absolutamente
convencido de que as câmaras de gás de Auschwitz, Treblinka e Maidanek em
última análise foram preparadas não por um ou outro ministério de Berlim, mas,
antes, nas escrivaninhas e nas leituras dos cientistas e filósofos niilistas.
Victor Frankl (1905-1997)
“O médico e a alma: Introdução à
Logoterapia”.
Médico Psiquiatra austríaco,
Escritor e Doutor em Filosofia, Professor de Neurologia e fundador da
Logoterapia.
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