12 de ago. de 2015

O Comportamento Animal como Explicação do Comportamento Humano





Sempre que tenho oportunidade de assistir algumas aulas de professores/doutores reconhecidos no Brasil, acontece de a conversa ser direcionada para alguns setores do comportamento humano, e normalmente vejo uma resposta que para mim tornou-se aquilo que chamo de “senso comum acadêmico” (não considero isso algo benéfico).

Por exemplo, quando abordada a questão da fidelidade da mulher ou do homem em relação ao outro, constantemente esses especialistas saem com as narrativas de que no reino animal poucas espécies são fieis aos seus parceiros, e, portanto, a fidelidade no universo dos animais é exceção e não a regra.

A ignorância e desonestidade intelectual são tamanhas nestes casos que fico sem palavras. É óbvio que animais não sentem como nós sentimos; animais não compreendem a traição amorosa; animais não são éticos nem morais; animais não se reconhecem como casais e pais em nenhum nível de cognição humana, e o mais importante, animais não têm sentimentos como os seres humanos – mesmo os que mais se aproximam de nossos comportamentos, ainda assim, não desenvolveram habilidades afetivas humanas – por mais que desejemos dar a eles uma aparente ideia de sentimentos como experimentamos, isto não é verdadeiro para eles.


Por isso, tentar compatibilizar ou justificar nossos desvarios, nossas traições, nossas taras, nossos pecados, nossa falta de controle emocional e comportamental ou nossos desejos incontrolados pelo viés da vida dos animais é nos bestializar, nos animalizar e darwinismo de quinta categoria, é muito ridículo. Creio que nem o próprio Darwin foi tão longe!



Carlos Carvalho

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